O Instagram da depressão

quarta-feira, fevereiro 28, 2018

As redes sociais, em especial o Instagram, tem se tornado parte do cotidiano dos jovens na atualidade, ocupando parte significativa do seu tempo. Mas você já deve saber que elas fazem mal para auto-estima e para os relacionamentos pessoais. Não é a toa que aumentou o número de jovens depressivos e com a saúde mental abalada.
Em recente pesquisa realizada pela Instituição de Saúde Pública, Royal Society for Public Health em parceria com o Movimento de Saúde Jovem,  constatou-se que as redes sociais são tão viciantes quanto álcool e cigarros sendo o Instagram o mais prejudicial para a mente dos jovens.  As taxas de ansiedade e depressão aumentaram cerca de 70% nos últimos 25 anos no grupo de pessoas entre 14 e 24 anos, que são os maiores usuários dessas redes.
Com as novas atualizações do aplicativo é possível mostrar seu dia a dia através de vídeos gravados no seu celular e postado nos stories, que dura apenas 24 horas no ar. Isso acabou gerando um desconforto em muitas pessoas. Porque nas redes sociais, as pessoas mascaram a felicidade e mostram uma vida perfeita que muitas vezes não tem, ninguém posta histórias tristes e coisas ruins. Sem contar que sentimos muitas vezes a auto-estima lá em baixo, infelizes com nosso próprio corpo e com a vida, afinal como não se abalar quando vemos que todo mundo está viajando, comendo e bebendo cheio de amigos, com carrão do ano e frequentando os melhores lugares enquanto você está em casa triste e deprimido? 
Para a Jornalista Fabiana Mendes, em momentos de tristeza o Instagram a leva a pensar que poderia estar levando aquela vida boa também. Mas tem consciência que a realidade muitas vezes é diferente da retratada na internet, a realidade é manipulada. Já o blogueiro Josemar Santos, acredita que a “vida perfeita” retratada pelos perfis, não o afeta diretamente. O que é divulgado em forma de propaganda pode induzi-lo a algo, mas não alterando a ordem natural da sua vida. 
Quantas vezes eu mesma já me peguei pensando que eu queria aquele corpo, ou aquela vida? Porque vemos a blogueira com o corpo perfeito, a vida perfeita e com o trabalho dos sonhos, sempre viajando para os lugares mais lindos e luxuosos, mas o que não nos mostram é a lipo que tem por trás da cinturinha fina e barriga chapada e as intervenções cirúrgicas, sem contar as manipulações no photoshop. A realidade é mascarada, induzindo o seguidor a pensamentos muitas vezes negativos. 
Apesar de tudo ainda existe um ponto positivo nas redes socias em geral, ela conecta pessoas e proporciona a interação social. São ótimas ferramentas de comunicação e entretenimento que agilizam e facilitam a nossa vida. Contudo conta também com pontos negativos, o uso indiscriminado é prejudicial. Cabe ao usuário ter maturidade para não se influenciar com os conteúdos, que muitas vezes chegam a ser “fakes. É necessário um olhar crítico e um pouco de bom senso para poder definir de que forma esses conteúdos afetam nossas vidas.
(*) Rejane Santana da Costa é policial militar, formada em Comunicação Social – UFMT e pós graduada em Docência no Ensino Superior.

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